Tucumã, no sul do Estado, região de maior produção de cacau no Estado. Com a contrapartida de R$ 182.700,00 da Ceplac
Com Informações de Leni Sampaio/ Fotos/ Sidney Oliveira/ Agência Pará
O conselho do Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará (Funcacau) aprovou nesta terça-feira, 12, recursos de R$ 756.740,00 para produção e distribuição de sementes híbridas de cacaueiro no Estado, com aplicação a partir de setembro deste ano até agosto de 2019. O projeto da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) pretende fornecer 15 milhões de sementes de qualidade para pequenos e médios agricultores paraenses no ano que vem.
A reunião foi na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), presidida pelo secretário João Carlos Ramos, que constatou a credibilidade do Pará durante a reunião do Comitê Nacional da Iniciativa CocoaAction Brasil, semana passada, em Brasília. “Somos respeitados no país, mas precisamos fortalecer as ações de desenvolvimento da nossa cacauicultura, porque as indústrias têm interesse de conhecer o potencial do Estado para futuros empreendimentos”, disse o secretário.
A produção atual de sementes híbridas de cacau no Pará é de 132 mil toneladas, com uma produtividade média de 800 quilos por hectare, podendo chegar a dois mil por hectare. O trabalho é resultado de 35 anos de pesquisas da Ceplac em várias regiões da Amazônia brasileira, que formaram o maior banco de germoplasma do mundo, com grande variabilidade genética e 19 mil genótipos de cacaueiro.
Das 400 combinações híbridas testadas, foram selecionadas 20 espécies de plantas superiores de alta produtividade, resistentes às principais doenças do cacaueiro. “A excelente qualidade do material credencia o cacau paraense a entrar em todo o mercado internacional”, garante o patologista da Ceplac, Paulo Albuquerque.
Desde 1978 até 2017 foram distribuídas no Pará 250 milhões de sementes híbridas, hoje produzidas nos campos da Ceplac em Marituba, na Região Metropolitana de Belém; em Tucumã, no sul do Estado, e Medicilândia, na Transamazônica, região de maior produção de cacau no Estado. Com a contrapartida de R$ 182.700,00 da Ceplac, o valor total do projeto é de R$ 939.440,00.
Outros dois projetos foram discutidos, mas retirados da pauta para ajustes e retornam na próxima reunião do conselho. O primeiro, também da Ceplac, é sobre produção in vitro de mudas frutíferas, como a bananeira e o abacaxizeiro, para diversificar a produção nas áreas cacaueiras e sombreamento do cacau. O segundo trata sobre o fortalecimento da produção orgânica de cacau na Transamazônica e Xingu, apresentado pela Assembléia Legislativa do Pará (Alepa), a pedido de quatro cooperativas que reúnem 103 produtores familiares da região.