Número de casos do novo Coronavírus aumenta em Tucumã e preocupa autoridades

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Francesco Costa/ Fotos Wesley Costa

A região sul do Pará conheceu o novo Coronavírus pela porta de entrada que é Conceição do Araguaia, onde houve o primeiro caso de Covid-19 confirmado. Em seguida foi a vez de Tucumã, que fica a 370 quilômetros de Parauapebas, onde se registrou o segundo caso da doença naquela região no dia 14 de abril.

Na época, na tentativa de evitar que mais casos fossem confirmados, a Prefeitura de Tucumã, através da Secretaria Municipal de Saúde e Vigilância Sanitária, iniciou a luta no combate à entrada da pandemia no município, implantando, como por exemplo, barreiras sanitárias, exigência de uso de máscaras e imposição de normativas para o funcionamento dos segmentos comerciais considerados essenciais.

Porém, 20 dias depois, o número de casos vem aumentando e já chega a 12 no total. De acordo com informações vindas da Secretaria Municipal de Saúde, 2 deles já se recuperaram e os outros 10 estão em isolamento domiciliar, sob acompanhamento médico, apresentando apenas sintomas leves da doença.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Raphael Antônio, a respeito da colaboração da população com as medidas de prevenção, as pessoas não estão levando muito a sério, mas, diz acreditar que com o aumento do número de casos é possível que aumente o grau de consciência. “Fomos o primeiro município paraense a decretar o fechamento do comércio, mas, depois houve a flexibilização. Estive pessoalmente em todos os comércios para averiguar se as medidas condicionantes estavam sendo praticadas e notamos um bom percentual se adequando”, explica Raphael Antônio, dizendo ter percebido que, com a reabertura dos comércios essenciais, notou-se na população a sensação de que a vida havia voltado ao normal, mas, que os alertas e conscientização através das emissoras de rádio continuam de forma intensa, seguindo o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde, Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e da Organização Mundial de Saúde (OMS) e tem um plano de contingência implementado para diminuir os riscos e impactos da doença na população.

De acordo com detalhes passados por Raphael Antônio, aquela pequena cidade, com cerca de 40 mil habitantes, situada a quase mil quilômetros da capital, Belém, não tem estrutura adequada para atendimento de saúde; não contando com UTI sendo a mais próxima a 270 quilômetros de distância no Hospital Regional de Redenção. Outra preocupação demonstrada pelo secretário é que no município há apenas 1 respirador da Secretaria de Saúde, e outros três disponibilizados por hospitais particulares. “Outra alternativa, em caso do surgimento de novos casos em cujos pacientes necessitem de internação com UTI ou respiradores, é buscar atendimento no Hospital de Campanha instalado em Marabá, porém, com apenas 120 leitos para atender 36 municípios, número considerado pouco caso haja crescente no número de casos na região”, preocupa-se Raphael, qualificando o momento como sendo de união, de oração, de pensamento positivo e, principalmente, de conscientização de todos, para que possa vencer esta guerra contra o Novo Coronavírus
Conforme informado pelo secretário, os testes rápidos chegaram na rede municipal de saúde, e quando há comunicado de pessoas assintomáticas, equipes da Secretaria de Saúde vai até a residência para fazer o exame e, caso seja necessário, colhe o material que é enviado para o LACEN – Laboratório Central, em Belém, de onde o resultado sai em no mínimo 7 dias, período em que o paciente passa a ser monitorado em isolamento domiciliar.

“O que está ao nosso alcance agora é intensificar a fiscalização nos comércios e pedir à população que fique em isolamento domiciliar e, quando for na rua, pratique o distanciamento social dando a real preocupação a esta pandemia; além de intensificar o trabalho da vigilância sanitária na fiscalização e conscientização da população”, planeja o secretário, contando que o governo municipal, através da Secretaria de Assistência Social, tem ampliado os cadastros de pessoas em condições vulneráveis e intensificado o atendimento através da distribuição de cestas básicas.

Em relação à economia o secretário diz que está sendo buscado um ponto de equilíbrio entre as finanças e a saúde, tendo praticado a prevenção para que se evite o fechamento total do comércio ou outras medidas severas. Porém, mesmo assim, grande perda econômica tem sido notada em laticínios e frigoríficos já que os compradores de seus produtos estão em grandes centros e estes continuam praticamente parados; outro segmento onde também já se notam os reflexos é na produção e comercialização de cacau, em cujo setor se movimenta por mês, pelo menos, R$ 11 milhões naquele município.

No município vizinho, Ourilândia do Norte, cuja sede fica há apenas 8 quilômetros de Tucumã, já tem 4 casos confirmados da doença. Porém, todos estão em isolamento domiciliar.

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